Porque é que o ser humano desenvolve a ideia
estúpida de tentar superar-se a ele próprio e não se assume pura e simplesmente
tal e qual como é, com defeitos e virtudes?
Porque é que nos esforçamos e tentamos
mostrar a alguém que pudemos ser diferentes, que pudemos ser bons e nos
importamos com essa pessoa se não nos dão valor por nada que façamos? Ainda por
cima reclamam porque “não era assim, devia ser assado”.
Porque é que, se for preciso, fazemos
quilómetros e quilómetros, deixamos coisas por fazer, quebramos compromissos,
desistimos do nosso descanso para ir ter com alguém que pensamos ser especial?
De nada vale… nunca somos verdadeiramente valorizados ou essa pessoa se dá
conta do esforço e do que tivemos que fazer e deixar para estar com ela. Antes
pelo contrário… nem nos ligam…
Ou até nos ligam, mas somente quando não tem
mais ninguém a quem recorrer. Quando ninguém quer falar com ela ou tem um tempo
livre sem ninguém para o ocupar. Já se sabe quem é a pessoa sorteada para estas
altura: pois está claro que é aquele burro que, por mais coices que leve, volta
sempre a correr de braços abertos para receber quem nunca vai abrir os olhos e
ver, com clareza, quem realmente se importa com ela.